segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Muse no Pavilhão Atlântico


Quase 10 meses depois do ultimo concerto a que eu fui em 2009, chegou no Domingo finalmente o dia do concerto da banda inglesa Muse no pavilhão atlântico. Não que concertos desta banda sejam novidade para mim, afinal este seria o terceiro concerto desta banda depois do concerto no Campo Pequeno (26-10-2006) e do Rock in Rio (6-6-2008). Ambos foram ocasiões memoráveis e por isso as expectativas para este concerto eram naturalmente elevadas.
Infelizmente o dia não começou auspicioso, e a espera para entrar no pavilhão altlantico foi dificultada pelo frio intenso e pela chuva torrencial que se fizeram sentir. Mas isso viria a ser largamente compensado.
As 20h a banda de abertura os escoceses Biffy Clyro, deram um pequeno concerto, que ao contrário do que é habitual com muitas bandas de abertura foi bastante interessante (se bem que prejudicado pelo som demasiado alto e distorcido) com algumas das suas canções como Golden Rule, Capitan, e Mountain a ficarem na memória da audiência e a receberem merecidos aplausos.
Mas o melhor so começou ja passavam 20 min das 21h. Começou por arranha-ceus eletronicos que quando desceu a cortina revelou os três elementos da banda em plataformas situadas vários metros acima do palco e envoltos em vários paineis eletronicos. O concerto começou com o a Uprising, tema de abertura do seu novo álbum The Resistance, a qual rapidamente se juntou um coro de vozes do publico em respostas a letra que aparecia com a musica. A Uprising seguiu-se mais uma das suas novas canções, e foi a vez de Resistance ser recebida entusiasticamente pelo público. No final desta canção as plataformas desceram até ao nivel do palco para deixar a banda interpretar um dos seus velhos temas, New Born, a que se seguiram Map of the Problematique e Supermassive Black Hole. Após mais uma incursão por The Resistance, desta vez com MK Ultra, seguiu-se Hysteria a lembrar os álbuns mais antigos da banda. Depois nova subida da banda nas suas plataformas elevadoras, desta vez para duas músicas tocadas num piano devidamente iluminado, primeiro United States of Eurasia (com o mapa da Europa como fundo) e depois Feeling Good que fez as delícias da audiência. De novo ao nivel do solo seguiram-se as mais recentes Guiding Light e Undisclosed Desires, logo seguidas por Starlight, Plug in baby e Time is running out que levaram ao rubro o Pavilhão Atlântico. Para finalizar esta parte foi novamente escolhido um tema do novo album, Unnatural Selection. Após um breve intervalo, a banda deu um pequeno encore, que começou com a primeira parte da sua sinfonia Exogenesis, mudando depois para um registo mais enérgico com Stockholm Syndrome e finalizando em apoteose com Knights of Cydonia.
Contrariamente aquilo que eu temia, o som era muito razoavel, sem ser excessivamente alto nem distorcido permitindo aperciar a performance da banda que esteve sempre ao nivel a que nos habitou, e para mim não deixa de ser digno de nota a exelente prestação do vocalista Matthew Bellamy que interpretou notavelmente todas as canções independentemente do seu elevado nivel de dificuldade. O publico partilhou o entusiasmo da banda recebendo desta o elogio “best crowd of the tour”, nas palavras do baterista Dominic Howard.
A sensação que se tem neste espectaculo é que nada foi deixado ao acaso. Desde os paneis eletrónicos às luzes, tudo foi pensado para se enconrar em harmonia com as musicas e deixar extasiados os mais exigentes. Não posso deixar de notar como algumas canções que quando ouvidas nos album não sobressam especialmente, ao vivo aquirem totalmente outra dimensão, como se tivessem novo folego e um brilho que não seria de esperar à partida que tivessem. Exemplos disto são Unnatural selection e MK Ultra e mesmo as já conhecidas Map of the Problematique e Knights of Cydonia que são musicas muitíssimo valorizadas ao vivo. Infelizmente, na minha opinião, o contrário aconteceu a Overture, a parte inicial da sinfonia Exogenesis, uma magnífica peça orquestral, que a ver, perde muito do seu encanto neste formato. Eles prometeram voltar para o ano. Eu fico à espera da próxima ocasião para comprovar mais uma vez o talento desta banda nas actuações ao vivo onde se mostra merecedora de todos os prémios de Best Live que ganhou ou possa vir a ganhar.