sábado, 1 de dezembro de 2007

Dia mundial de luta conta a Sida

Hoje, dia 1 de Dezembro é o dia mundial da luta conta a SIDA e portanto a data indicada para pensar um pouco sobre a epidemia da infecção por VIH/SIDA em todo o mundo e no nosso país em particular. Estima-se que existam cerca de 36 milhões de infectados em todo o mundo e morram 4 pessoas por minuto devido a esta doença. Portugal é o país da EU com mais casos de infecção por VIH e pensa-se que surjam mais 6 casos por dia. A sida é uma doença de que todos já ouviram falar mas sobre a qual abundam os mitos e as ideias incorrectas sobretudo acerca dos modos de transmissão da doença. Segundo dados da comissão europeia uma larga percentagem dos europeus não sabem ou têm ideias incorrectas sobre a transmissão do VIH que aliás é bastante simples: sexual, parentérica, e materno-fetal. Outro dos mitos é que esta é uma doença se grupos específicos: homossexuais, prostitutas, toxicodependentes, etc. Não se podia estar mais longe da realidade, a Sida não escolhe sexo, idade, estatuto socio-económico. Todos nós somos possíveis alvos para este vírus, a Sida é transversal à sociedade. Não existem nenhum fosso entre “eles” e “nós” nem é algo que só acontece a alguns, como muitos gostam de pensar. Do mesmo modo que é fácil marcar os seropositivos como um rótulo de pessoas indesejáveis e a excluir da sociedade, esquecendo-nos que são pessoas como nós que podem e devem ter uma vida normal sem serem olhados de lado. Casos como o do cozinheiro que foi despedido por alegadamente ser um perigo para os utentes e tal ter sido confirmado pelo tribunal, é não só uma afirmação totalmente incorrecta do ponto de vista cientifico, como é uma injustiça gritante, um incentivo a à discriminação e à propagação de informações erróneas (além de demonstrar a ignorância e a arrogância do nosso sistema de justiça, que provavelmente merece a reputação que tem). O grande aliado da Sida é a ignorância, e se não podemos curar a Sida podemos fazer muito mais por preveni-la, não nos esquecendo que ela é uma realidade de todos e não apenas de alguns, que está ao nosso alcance evitar o contagio com medidas simples como o uso do preservativo e evitando a partilha de seringas entre os utilizados de drogas injectáveis. Há muita coisa a fazer no nosso país, há que desfazer tabus, desmistificar a doença e abandonar muitos preconceitos, e espalhar a informação correcta sobre prevenção. Isso está ao nosso alcance e pode vir a fazer a diferença.

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