Para esta trigésima primeira reciclagem musical escolhi uma canção do cantor e compositor português Jorge Palma, do seu album de 1989, Bairro do Amor. Esta canção chama-se Frágil e demonstra bem, na minha opinião, o estilo directo e bastante original deste autor.
“Fragil”
Põe-me o braço no ombro
Eu preciso de alguém
Dou-me com toda a gente
E não me dou a ninguém
Frágil
Sinto-me frágil
Faz-me um sinal qualquer
Se me vires falar de mais
Eu às vezes embarco
Em conversas banais
Frágil
Eu sinto-me frágil
Frágil
Esta noite estou tão frágil
Frágil
Já nem consigo ser ágil
Está a saber-me mal
Este whisky de malte
Adorava estar in
Mas estou-me a sentir out
Frágil
Eu sinto-me frágil
Acompanha-me a casa
Já não aguento mais
Deposita na cama
Os meus restos mortais
Frágil
Eu sinto-me frágil
Dá que pensar a teia de relações superficiais que as pessoas montam, feitas de conversas ínuteis e vazias de conteúdo, em que muito se fala e pouco se diz, destinadas unicamente a manter as aparências, numa tentativa de preencher um silêncio opressivo feito de uma solidão que tivesse voz poderia ser ensurdecedora. Fazem lembrar um conjunto de personagens de uma farsa com contornos de tragédia e comédia ao mesmo tempo, envolvidas numa desgastante e sempre incabada tentativa que no final acaba por só lhes recordar o quão sozinhas estão.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
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