segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Reciclagem musical XXXII (Reciclagem musical nacional IV)

Nesta trigésima segunda reciclagem musical, escolhi um outro tema de Jorge Palma, do seu album de 1985, O lado errado da noite. Esta canção é bem conhecida do público em geral e chama-se Deixa-me rir.

“Deixa-me rir”

Deixa-me rir
Essa história não e tua
Falas da festa, do sol e do prazer
Mas nunca aceitaste o convite
Tens medo de te dar
E não e teu o que queres vender

Deixa-me rir
Tu nunca lambeste uma lágrima
Desconheces os cambiantes do seu sabor
Nunca seguiste a sua pista
Do regaço à nascente
Não me venhas falar de amor

Pois é, pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
Segunda feira

Deixa-me rir
Tu nunca auscultaste esse engenho
De que falas com tanto apreço
Esse curioso alambique
Onde são destilados
Noite e dia o choro e o riso

Deixa-me rir
Ou entao deixa-me entrar em ti
Ser o teu mestre so por um instante
Iluminar o teu refúgio
Aquecer-te essas mãos
Rasgar-te a mascara sufocante

Pois é, pois é
Ha quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
Segunda feira


Há quem viva vidas que não são as suas, exprimindo opiniões e exibindo sentimentos que lhes são totalmente estranhos, como se lhes faltasse a coragem ou a capacidade para terem o seu próprio ponto de vista e a sua própria conduta. Já o ilustre dramaturgo Oscar Wilde se referia a este comportamento dizendo:“Most people are other people. Their thoughts are someone else’s opinions, their lives a mimicry, their passions a quotation.” No entanto, toda esta espécie de vida fictícia acaba por permanecer totalmente desconhecida, vazia do significado que apenas o que a experiência e reflexão individuais podem ter. Talvez por isso o discurso destas pessoas se torne de tal modo esteotipado que nem se apercebem do quão ridiculamente previsíveis se tornam.

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