sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Reciclagem musical XVII

Esta reciclagem musical segue o percurso da banda de rock inglesa Muse, cujo álbum seguinte, Absolution (2003). Este álbum inclui algumas canções de amor (que apesar de tudo não são muito frequentes no registo musical deste grupo) incluindo uma canção chamada Falling away with you, que é na minha opinião particularmente bonita e que merece ser a primeira canção a amor na serie das reciclagens musicais.

"Falling Away With You"

I can't remember when it was good
moments of happiness elude
maybe I just misunderstood
all of the love we left behind
watching the flash backs intertwine
memories I will never find

so I'll love whatever you become
and forget the reckless things we've done
I think our lives have just begun
I think our lives have just begun

and I'll feel my world crumbling
I'll feel my life crumbling
I'll feel my soul crumbling away
and falling away
falling away with you

staying awake to chase a dream
tasting the air you're breathing in
I know I won't forget a thing
promise to hold you close and pray
watching the fantasies decay
nothing will ever stay the same
all of the love we threw away
all of the hopes we cherished fade
making the same mistakes again
making the same mistakes again

I can feel my world crumbling
I can feel my life crumbling
I can feel my soul crumbling away
and falling away
falling away with you

all of the love we've left behind
watching the flash backs intertwine
memories I will never find
memories I will never find

O amor e a nostalgia são uma combinação explosiva. Explosiva e algo intrigante. Quantos sonharam com uma vida ideal, percorrida em nome do amor que fez o seu mundo girar ao contrário, vivida tão só ele e para ele. Prometeram amar perante tudo, juraram nunca desistir do sonho, por mais que as circunstâncias e as pessoas mudassem. Mas o tempo passa implacavelmente, trazendo um outro mundo. Um mundo em que as ilusões se foram desfazendo, as esperança acalentadas nunca passaram disso mesmo. Em que o amor foi sendo deixado ao longo de um caminho cheio de curvas e obstáculos, repleto de decisões irreflectidas e erros repetidos uma e outra vez em que o amor era desbaratado à toa, até que dos sonhos e as ilusões de outrora só restassem ruínas. Quando olham para trás e a memoria se enche de imagens, perdidas algures entre o sonho a realidade, entre o que se idealizou e o que realmente aconteceu que acabou por ser tão diferente do mundo presente que as fantasias do passado quase parecem pertencer a um mundo que não é este em que vivemos. As memórias dos dias felizes escapam-se entre os dedos, se é que de facto esses dias alguma vez existiram. Mas apesar de tudo e ainda assim, agarram-se teimosamente ao que resta do que sonharam um dia, recusam-se a desistir, e dispõem-se a recomeçar a reconstruir e manter vivo o amor que marcou as suas vidas.

1 comentário:

Anónimo disse...

é verdade. Muitas vezes, a memória é como um reflexo esbatido do que aconteceu, um misto de fantasia e realidade ou até de um pessimismo atroz e realidade. A fantasia, o ideal do que aconteceu é o que resta do que se passou antes. Existe ora um saudosismo desenfreado do que pensamos que sucedeu ora uma visão negra dos factos. A verdade é que o ser humano tem uma forma única de interpretar as suas experiências.

Adorei o teu texto e a forma como analisaste a letra da música. :D