quinta-feira, 5 de julho de 2007
Contradições da sociedade actual
Vivemos no mundo das contradições: para onde quer que olhemos estamos rodeados por elas. A sociedade em que vivemos parece ter construído padrões quiméricos de vida apresentando-os como modelos inquestionáveis a seguir, pouco importando se as circunstancias da nossa vida são pouco ou nada compatíveis com eles. Somos bombardeados com uma cascata infindável de solicitações e apelos ao consumo (como exemplo, temos o pouco saudável espírito consumista, que ataca sempre nesta altura do ano, e que será tema de outro post) que são totalmente incompatíveis com o número de horas disponíveis para atender a tantas chamadas de atenção. Daí que são seja exactamente de espantar que tanta gente deseje mais ou menos abertamente que o dia não tenha 24 horas mas sim 48. Outro exemplo é o da manipulação de imagem e os ideais de beleza. Formámos na mente das pessoas uma ideia de beleza que é muito pouco realista. As tecnologia digital e cirúrgica para isso muito contribuíram: os modelos de beleza que são tão gritantemente diferentes da média da população que ao nos pressionarem a fazer de tudo para nos adaptarmos às exigências da moda nos levam a uma vida de angustia por nunca atingirmos o tão desejado modelo. E uma vez mais se olharmos para muita da comida disponível para o nosso consumo somos chegados ao mundo da abundância sobretudo dos alimentos hipercalóricos, em regra rápidos de ingerir e sempre saborosos, que em nada contribuem para o sucesso na demanda do corpo perfeito. Talvez não seja assim de espantar que as doenças do comportamento alimentar sejam cada vez mais preocupantes e convêm que não nos esqueçamos que mesmo quando as pessoas não sejam a ficar doentes, não significa que a angustia de ter de procurar o tamanho maior que existe nas lojas acessíveis ao grande publico seja caso raro: a obesidade é a considerada a epidemia do século XXI e certamente não o será por acaso. Talvez o problema real seja a nossa maneira de pensar que é profundamente errada: estamos tenta fazer crer que uma quimera, às vezes atingida por meios muito pouco ortodoxos, é uma realidade acessível a todos, quando de facto, e a experiência prova-o bem, não o é.
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