quinta-feira, 5 de julho de 2007

Televisão

A televisão esta longe de exercer grande fascínio sobre mim. A programação raramente atrai, e quando o tal acontece, os horários obscenos a que são transmitidos muitos dos programas que me poderiam interessar em nada melhoram a minha opinião. Na maioria dos dias limito-me a desligar a “caixinha mágica” e procurar algo melhor para me entreter, mas há alturas em que sucumbo a preguiça e não resisto ao tradicional zapping, sobretudo dos canais de música. Mas o que vejo não me agrada: a maioria dos videoclips parecem ser a interminável cópia de um modelo aparentemente bem sucedido (ou não seria copiado) e são de uma tal falta de originalidade que um observador distraído teria dificuldade em distingui-los. Mas essa realidade esconde algo de bem mais assustador acerca da cultura pop, que me faz acordar da minha letargia mental e me põe a pensar. Os vídeos são as repetições dos estereótipos que marcam a moda e a sociedade, oscilando entre um sexismo descarado, e um materialismo degradante, sublinhado pela falta de conteúdo das canções que em tudo fazem apelo a uma estupidificação massiva. A MTV portuguesa (a única que conheço) tornou-se um poderoso instrumento de deseducação, se me é permitido o uso de semelhante expressão. Um apelo invisível mas constante à superficialidade, ao culto da aparência. A televisão é, todos o sabemos, um meio de comunicação privilegiado. Mas que uso estamos a dar aos meios que a tecnologia nos põe ao nosso dispor?

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